 |
| De Imagens do Blogger |
No último dia 05/01, estava a caminho do trabalho, quando a vi. Foi tudo muito rápido, quando a avistei, já ouvi o baque do carro em seu frágil corpinho. No meio do trânsito, me desesperei, já procurando o melhor lugar pra largar o carro, quando vi que ela foi pra calçada e ainda foi enxotada por algumas “pessoas” que passavam por ali. Dei uma ré e abri a porta do carro, chamando-a.
De início, ela teve medo, mas depois, os anjos nos ajudaram e com certa dificuldade ela subiu.
Imediatamente acomodou-se no chão do banco do passageiro e deixou-se ficar completamente exaurida.
Fiz uma rápida análise e vi que não haviam ferimentos graves, então decidi continuar indo para o trabalho, pois não podia de jeito nenhum faltar naquele dia. É claro que se ela estivesse gravemente ferida, meu caminho seria outro.
Quase chegando ao escritório, liguei e pedi ajuda para minha amiga, pois no prédio em que trabalho não é permitido a entrada de animais e eu não tinha nem sequer uma guia comigo!
Minha amiga Mary me aguardou na garagem do prédio com bastante plástico bolha. Assim que cheguei, ela me ajudou com minhas coisas e eu enrolei o plástico por toda a cachorrinha para dar uma camuflada e entrar no elevador sem que as câmeras de segurança nos denunciassem.
Graças a Deus, ninguém subiu além de nós e chegando ao escritório, dei água e comida, (que fui ao bar da esquina comprar) e feito isso, ela dormiu debaixo da minha mesa até a hora de irmos pra casa.
Para sair e descer pelo elevador, mais plástico bolha! Detalhe que o elevador de serviço não chegava nunca, por isso descemos pelo social mesmo.
Saí de lá direto para o veterinário, onde ela recebeu cuidados e um bom banho.
Ao chegar em casa, graças a Deus, não houve problemas com meus outros cães, nem com meu marido, mesmo assim, meu pai não me poupou das críticas quando ficou sabendo do ocorrido. Infelizmente é assim, nem sempre as pessoas compreendem a urgência de uma situação. Às vezes, nem as pessoas mais próximas e queridas.
Seis dias após seu resgate, castrei a cachorrinha, a qual chamo carinhosamente de Typ. A cirurgia foi um sucesso e sua recuperação excelente! Ela se alimenta muito bem e sai a passeio pela manhã, antes que eu venha para o trabalho e quando eu chego tenho que sair novamente, pois ela não faz xixi e cocô no quintal, fica segurando até sairmos.
O mais triste é que ela demonstra claros sinais de maus tratos, além do abandono em que se encontrava, pois basta que eu pegue a vassoura para varrer o quintal que ela literalmente cai no chão e fica toda encolhida. Sabe Deus, o que ela já sofreu na sua vidinha!
É muito comovente ver o amor com que ela me olha, me segue por todos os lugares, se estou sentada no escritório de casa, em frente ao computador, ela fica sentada, seguindo meus movimentos, atenta a qualquer sinal. É super obediente, não entra dentro de casa, não passa da porta.
Estou buscando um lar com amor e proteção para ela, onde eu possa visitá-la com freqüência.
Não há recompensa maior para mim, quando vejo as tempestades de verão desabarem no final de tarde e à noite e saber que pelo menos essa cachorra eu consegui salvar! Das intempéries da vida e da maldade humana.
